“… mas livra-nos do mal”
Inicialmente preciso confessar aos leitores o quanto me foi custoso emocionalmente me colocar sob este tema existencialmente e tratá-lo não como mera ocupação acadêmica. Senti-me como quem, atravessando um rio, descobre súbitas correntezas e fundos falsos desequilibradores.
Descubro em mim mesmo o pertubador mistério da presença do mal em meu íntimo — aquela resposta rude a um filho ou à esposa, que depois me dói tanto o coração; o reflexo raivoso e violento no trânsito da cidade; a pressa diante de mais um pedinte. É uma mescla de desejos conscientes com impulsos inconscientes. São muitas as situações a me revelar um delicado equilíbrio entre minha vida e a de outros — a disputa por espaço e oportunidades, a necessidade de ser recebido, aceito e amado, e, ao mesmo tempo, as queixas e os sofrimentos daqueles a quem feri, desconsiderei, passei distante. Quantas faltas, meu Deus! Continue lendo