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Os Macaquinhos – Eric Peruca

Postado em 17 outubro 2016 por Cavernadeadulao

O abandono de Deus resultou também no abandono do homem, o humanismo não tem força para sustentar sua premissa de que “o homem pode ser seu próprio Deus”. Na performance de arte denominada “Macaquinhos”, temos um claro sintoma deste problema, o abandono de Deus não nos fez mais homens, mas em animais, irracionais.

Esta obra revela mais problemas do que parece. Vai muito além de uma estética trágica. Ela evidencia um mergulho na tragédia da animalização, ou seja, essa louca ânsia por liberdade que terminou em redução das percepções, da capacidade de distinção e da racionalidade. O ânus como centro da obra é só um subterfúgio, a agressividade escamoteia o conflito negando a dramaticidade do presente.

Sinceramente, não penso que o problema desta obra seja o incômodo que ela causa, e neste ponto concordo com os artistas. O universo provocativo tem seu lugar primordial na arte contemporânea: “Sabemos que a nudez e o próprio corpo humano, de um modo geral, sofrem o estigma de serem tabus nessa sociedade que produzimos juntos. Como ‘Macaquinhos’ aborda uma parte subestimada do corpo humano, e para isso lida necessariamente com a nudez, é de se esperar reações de cunho mais conservador”, relatam os artistas. Neste ponto concordo, mas não se trata de uma obra sobre aceitação do próprio corpo, é sobre as “minorias e o desejo” segundo os atores dessa peça teatral. Aí é que mora o problema.

Também não penso que o problema seja a falta de senso estético, ou sensibilidade (nem vou entrar no mérito da coisa ” isso é ou não arte”. Pra mim o problema não é esse). Não é sobre o resultado estético, ou o processo de produção ou a técnica empregada, mas todo o corpo teórico embalado nessa casca.

O que está passando batido é a argumentação que faz ligação entre os excluídos com a primitivização voluntária. Percebam: “liberdade é voltar a ser bicho porque bicho tem o desejo instintivo como mola e suas ações, não passam pelos crivos castrativos da moral e da ética”. Como propõe Gilles Deleuze e Felix Guattari, (Anti-Édipo) estamos diante de uma nova teoria do desejo como motor da história. O resultado é essa coisa aí: a equivocada invenção de que precisamos abandonar as constituições de uma antropologia religiosa e transcendente, para chafurdar na lama da contingência animalesca.

O que vemos é bem mais que uma obra de arte ousada. Estamos diante de um grito de nosso tempo, “queremos ser bicho para poder fazer qualquer coisa”, porque ser humano é saber que posso fazer tudo, mas não faço porque não me é devido. Essa liberdade desevolutiva é bem mais sutil do que se percebe. Ela está nos discursos políticos, na ideologia de gênero, na marcha das vadias, e na maioria dos grupos que assumem o desejo e o afeto como os meios essenciais de interação e percepção do eu com a realidade. Ser humano é assumir a responsabilidade de racionalizar o desejo, domá-lo, e isso é o que nos separa dos cachorros, das minhocas, do cavalos, dos “macaquinhos”, e etc.

O homem tentando ser livre sem Deus, ou livre da ideia de Deus, se submete ao ridículo de ser bem menos do que pode ser. Não passa de um preguiçoso moral, doente, e vira bicho. Se você está tentado ou pensando em ser um “macaquinho”, e/ou está prestes a sucumbir aos apelos sedutores do desejo irracional, você precisa conhecer a proposta do Senhor Jesus. Vai por mim: É BEM MELHOR.

Deus quer fazer-lhe um homem e uma mulher no máximo de suas capacidades e potencialidades. Este é o discurso do cristianismo. Já o do humanismo, segundo sua última vitrine é: “Vire bicho e enfie o dedo no rabo”.

Eric Rodrigues (Peruca) é pastor da Igreja Anglicana Âncora em Vitória (ES)

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