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Crente Cri-Cri x Crente Bobo

Postado em 23 fevereiro 2016 por Cavernadeadulao

É pecado ser crítico? Existe algum problema em obedecer cegamente o pastor? Vou para o inferno se falar mal da igreja? Ser crítico da cultura gospel é suficiente?

Ilustração - Judá Ramos

Ilustração - Judá Ramos

Essas e outras perguntas nos vêm à mente quando analisamos a realidade vivida pela igreja. Diante desse dilema, quem nunca se deparou com a “chatura” daqueles que só sabem criticar? Quem nunca ficou com preguiça daquele fiel, meio abobado, que parece viver sempre saltitante em sua Disneylândia evangélica? Surgem então dois tipos ideais: o crente cri-cri e o crente bobo.

O crente cri-cri tende à crítica excessiva. Nesse extremo gastasse mais energia combatendo os podres da igreja do que edificando uma igreja saudável. O grande risco é aquele velho jargão nietzchiano, adorado pela galera do black metal, de que quando olharmos para o abismo, o abismo olhará para dentro de nós. Logo, o crente cri-cri pode gerar um quadro semelhante ao de muitas pessoas envolvidas nas lutas contra as opressões sociais de raça e gênero, o ressentimento. Este quadro se desenvolve quando a identidade é definida por aquilo que se combate, sendo então estabelecida uma relação de dependência com o problema. Logo, a superação do mal significaria a perda do que se é, ou daquilo que se pensa ser. Por isso o crente cri-cri tem dificuldades de falar sobre o cristianismo sem destilar seu veneno contra os inúmeros vacilos de nossa subcultura evangélica. Mas nem tudo está perdido, pois existe uma vacina! Basta ser mais apaixonado pela beleza do que incomodado pela feiúra, mais sedento de conhecer as Escrituras do que indignados com a superficialidade bíblica das igrejas, mais fascinado com a Shalom e pelo caráter justo de Deus do que incomodados pela injustiça. Adoração é solução, caminho de liberdade.

O crente-bobo, no outro extremo, tende à ingenuidade. Despreza-se a influência da Queda quando se analisa a igreja. É ignorado o fato de que nossas lideranças, nossos modismos e nosso ethos igrejeiro podem estar plenamente contaminado pelo pecado. Nesse grupo é comum encontrar o “crente empolgado”, crente que adora gritar “uhuu” e também aquele que vive de jargões! Ao crente-bobo é ensinado que ser crítico é ser rebelde e sendo rebeldia um pecado pior o que a feitiçaria, ele aceita. É por essa falta de discernimento que temos dado poder à líderes como Cleôncio*, Gerivaldo*, Vampeta* e Ludovico* (* substitua por qualquer líder evangélico em evidência que você não admira). A ingenuidade gera “ovelhas lobotomizadas”, marionetes, nas mãos de líderes personalistas que constroem um verdadeiro império em torno de si mesmo. A vacina é aquele velho e saudável espírito bereano, de conferir nas Escrituras se “é isso mesmo que o pastô falô” (Atos 17:11). Doses de cultura geral, de imersão em aspectos da graça comum, ajudam bastante também.

O fato é que não temos pra onde correr, se não ter senso crítico está fora de cogitação, não podemos esquecer os perigos da crítica. Mas qual seria um bom exemplo da harpombamonia de ambas? Jesus Cristo, diria John Stott. Em seu livro “O que Cristo pensa da Igreja”, ele usa como exemplo a análise que Jesus faz das igrejas através das cartas em Apocalipse (Cap 2 e 3). Cristo ao analisar as comunidades cristãs aponta suas características positivas e negativas. Por isso dizemos SIM, é possível um equilíbrio. Pois, se discernimento ecoa com senso crítico, a leveza encontra melhores condições para florescer no coração daquele que é como criança. É por isso que nosso Messias ensina: Sejais astutos como a serpente e mansos como a pomba (Mt 10: 17)!

E para terminar deixo uma paráfrase de Chê Guevara para vocês: “Há que ser crítico, mas perder a ternura, a humildade e a leveza jamais!”

MATHEUS LOURES – https://maloures.wordpress.com/

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