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Uma vívida e confiável nota de informação sobre o Egito atualmente

Postado em 19 agosto 2013 por Cavernadeadulao

Caros irmãos e irmãs,
Nestas últimas semanas e dias temos sido comovidos pelas notícias que vem do Egito. Como um gesto de nossa oração e solidariedade com o povo daquele país compartilhamos a nota abaixo. Com esta comunicação queremos:

Convocar o nosso povo crente a orar por aquele país e por nossos irmãos e irmãs que enfrentam um período de tanta tribulação e de tanta dificuldade em encontrar um caminho democrático para o seu país. Também oramos por tantos que choram os seus mortos. Mortes causadas por uma violência que dificilmente encontra uma lógica que a justifique. E, não por último, oramos para que o país não desista de buscar por caminhos democráticos que respeitem a todos e incluam a todos que vivem em suas fronteiras.

Identificar-nos com o povo de Deus naquele país. Um povo cristão que é minoritário num país cujos habitantes são maiormente muçulmanos. Nestes últimos dias dezenas de igrejas foram queimadas num gesto de violência religiosa que somente aumenta a dificuldade para que o país encontre um caminho de paz para a sua população. Nós afirmamos o nosso compromisso com o povo de Deus naquele país e oramos por paz, liberdade e democracia para todos.

Expressar a nossa confiança e solidariedade com aqueles que produziram a nota que aqui publicamos. É certamente difícil ter uma visão clara dos acontecimentos acerca de um país tão distante e quando as fontes de informação da grande mídia certamente não estão livres de tendências e interesses. É por isso que consideramos importante ouvir a voz de líderes cristãos que vivem no país e procuram nos trazer uma voz na qual confiamos e por quem oramos.

E que Deus nos unja com a sua graça e nos leve a buscar por caminhos de justiça que respeitem e afirmem a marca da criação de Deus presente em cada ser humano.

Entendendo a presente situação no Egito

(Com redação dos irmãos de SAT-7 Internacional, Nicosia, Cyprus, em 16/8/2013.)

Muitos de nós envolvidos no ministério cristão no Egito estamos horrorizados com o desentendimento sobre a situação no Egito, tal como vem sendo propagada até mesmo pela mídia internacional reconhecida como equilibrada, como a BBC, e o modo como ela tem, em geral, retratado a Irmandade Islâmica como vítima de injustiça.

(Aqui são citados alguns nomes dos irmãos que emitem a nota, alguns líderes ministeriais no Egito e da liderança da Middle East Concern. Os quais pedem permissão para pintar um quadro maior do que tem acontecido do ano passado para cá, no Egito. Os nomes são omitidos aqui propositadamente.)

Sim, o ex-Presidente Morsi foi eleito “democraticamente” em junho de 2012, mas apenas por uma pequena maioria, e apenas 13 milhões de pessoas (de uma população de 83 milhões) ao todo votaram nele.

E mesmo assim ele conseguiu, como um mandato para fazer o que quisesse, com uma atitude de vencedor que pode tudo. Seu novo governo não foi inclusivo e rapidamente escolheu os ex-líderes da Irmandade Islâmica (alguns com convicções prévias para a violência ou incitamento à violência) para servirem como Governadores regionais ou Ministros de Governo. Em novembro de 2012 ele se concedeu, ilegalmente, novos poderes para agir sem censura e lançou-se a uma nova Constituição pro-islâmica, apesar dos protestos e boicotes dos liberais, islâmicos moderados e cristãos, e então recusou-se a convocar novas eleições, embora anteriormente tivesse concordado em fazê-lo depois que se adotasse uma nova Constituição.

E, é claro, a economia foi pobremente administrada pelos novos Ministros, cuja qualificação para o gabinete foi, ao que tudo indica, o fato de serem leais à Irmandade Islâmica. Ao fim de 2012 a infraestrutura do país tinha começado a cair; eletricidade e suprimento de combustíveis tornaram-se não confiáveis, preços de produtos básicos tornaram-se preocupantes e o Egito lutava para conseguir um necessário financiamento internacional.

Em 30 de junho de 2013, no primeiro aniversário da eleição de Morsi para o gabinete, o povo egípcio tinha visto o suficiente! Cerca de 30 milhões de pessoas saíram às ruas para manifestar-se contrários à continuidade de Morsi, inclusive muitos que haviam votado nele um ano atrás; e, mesmo que esse número não possa ser comprovado independentemente, é evidente que o número de pessoas nas ruas foi de longe maior que o número de pessoas que teriam votado em Morsi. Mas, numa atitude improvável para o presidente de qualquer democracia normal, ele recusou-se a sequer pleitear um novo mandato através de novas eleições, confirmando para muitos que a Irmandade Islâmica estava justamente usando a nova democracia no Egito para estabelecer a teocracia.

Numa situação como esta, a última linha de defesa para a democracia é o exército. Só ele tem o poder para recomeçar o processo democrático; e, através da demanda popular e por sua percepção, o exército moveu-se e removeu o presidente eleito, para absoluto deleite e alívio da maioria dos egípcios!

No espaço de seis semanas a Irmandade Islâmica (também chamada Muçulmana) ocupou um número de espaços públicos para manifestar que queriam o restabelecimento do Presidente Morsi (que está sob proteção do exército e sendo responsabilizado por abuso de poder, inclusive apoio material e de inteligência para o Hamas). Diferente da ocupação pacífica da Praça Tahrir por manifestantes em janeiro de 2011, e novamente no fim de junho de 2013, estas ocupações da Irmandade Islâmica foram dominadas por clamores de violência contra o exército, a polícia, os liberais e, especificamente, os cristãos coptas no Egito, culminando na violência testemunhada em 14 de agosto, quando estações policiais, hospitais, propriedades públicas e privadas foram destruídos. Muitas igrejas cristãs (pelo menos 40 até agora), lares e negócios também foram atacados, assim como um mosteiro, três sociedades religiosas, três livrarias chaves pertencentes à Sociedade Bíblica no Egito, três escolas cristãs e um orfanato.

O Papa Ortodoxo Copta, H. H. Tawadrous II, fez uma declaração sobre os ataques às igrejas nesta semana, dizendo que “isto já era esperado e, como egípcios e cristãos, estamos considerando nossos prédios como sacrifício a ser feito por nosso amado Egito.” Outros líderes da Igreja fizeram declarações similares, enfatizando que os prédios das igrejas não fazem a Igreja, mas a Igreja é o corpo de Cristo, feito de pessoas que têm fé em Cristo, e está conseguindo ser mais forte enquanto passa por este tempo de desafio.
É também importante e encorajador notar que alguns islâmicos vieram proteger igrejas, e que, em retorno, muitos cristãos enviaram mensagens para cidadãos islâmicos, dizendo que “construções podem ser reconstruídas novamente, mas vocês não têm preço, então fiquem a salvo, e não se preocupem com as igrejas.” E o governo egípcio também anunciou ontem que o Estado arcaria com a responsabilidade financeira para a reconstrução das igrejas avariadas.

A Irmandade Muçulmana tem sido, e continua sendo, muito efetiva em colocar-se como vítima para a mídia, afirmando como Morsi foi “democraticamente” eleito e que o “golpe” do exército foi um enorme empecilho para o progresso democrático do país. Eles sabem quais botões apertar com a imprensa ocidental, e isto parece ser a versão que a maioria do mundo está ouvindo; mas não é a versão da verdade que ressoa com a vasta maioria dos egípcios.

E, não obstante a perda de muitas vidas nestes últimos dias, não há arrependimento; e os mortos não foram apenas os adeptos da Irmandade Islâmica. Além disso, não há o mínimo relato sobre os atentados da Irmandade visando para desestabilizar o Egito, seu clamor por violência contra o governo e seus apoiadores, e há uma total falta de relatório concernente a armas que a Irmandade tinha nos campos e usou contra o exército enquanto procurava desmantelar os protestos.

Finalizando, posso pedir suas orações para este importante país – o maior no mundo árabe, com a maior comunidade cristã no Oriente Médio. Por favor, orem para que:
A atual violência termine logo;
A regra efetiva da lei e ordem seja restabelecida, para benefício de todos os cidadãos;
Que haja proteção efetiva da igreja e outras propriedades contra ataques por parte dos extremistas;
O Egito seja governado para benefício de todos os cidadãos e que as pessoas de diferentes pensamentos e tendências consigam conviver pacificamente umas com as outras;
Os cristãos egípcios tenham oportunidade de atuar mais proeminentemente em cargos efetivos voltados às necessidades de todos os egípcios e ajudando a promover cura e reconciliação no país.

Brasil, 19 de agosto de 2013
Aliança Cristã Evangélica Brasileira
Por seu Conselho Gestor.

Fonte: www.aliancaevangelica.org.br

*Foto disponível livremente na internet. Caso haja algum impedimento de seu uso, o que desconhecemos, comunique-nos que a substituamos o mais breve possível.

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